MARIA RITA MENDES LEAL

Nasceu na Itália, em 1921, de pai diplomata. Em constante viagem, frequentou escolas em diversos países, como Itália, França e USA, e aprendeu línguas. Enraizou-se em Portugal quando o pai foi reformado por doença, em 1934. Fez o curso secundário no Liceu Alemão, licenciou-se em História e Filosofia na Universidade de Lisboa, e doutorou-se em Psicologia do Desenvolvimento, Londres, 1975.

Ensinou nos diversos graus: desde a Educação da Infância e Ensino Primário até ao Universitário. Na Universidade ingressou na Ação Católica e participou em intervenções no campo social, sob a orientação do Doutor Abel Varzim, mal visto pelo então Estado Novo.

Na sequência deste trabalho, continuou o seu entusiasmo com a possível recuperação de crianças com insucesso escolar e perturbações do desenvolvimento.

Mais tarde, em 1963, como psicóloga agindo então sob a supervisão de Eduardo Luís Cortesão, põe em cena de novo, no Centro de Reabilitação da Paralisia  Cerebral da Fundação Calouste Gulbenkian, o seu modelo de intervenção psicoterapêutica designado «relacional-dialógico», aplicável a crianças com perturbações de aprendizagem e de personalidade, que o Instituto de Psicologia Aplicada e Formação adotou e que inspira a Escola Rita Leal.  

Reformou-se como professora catedrática da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação aos 70 anos, mas continuou a trabalhar como psicoterapeuta, a ensinar e a escrever até 2016.

Faleceu a 17 de abril de 2019 em Lisboa. Foi realizada uma cerimónia de despedida no Crematório de Alcabideche, em Cascais, onde lhe prestaram homenagem familiares, amigos, representantes da Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo, colegas do Instituto Vegotsky e discentes da Associação Portuguesa de Psicologia Relacional-Histórica.